{Resenha} Uma Duas

Olá, aventureiros!

Hoje quero falar com vocês de um livro que li recentemente – finalizei durante a Maratona Literária do Culto Booktuber – e que mexeu demais comigo. Uma baita história!

O livro é Uma Duas, da escritora e jornalista Eliane Brum. A autora é brasileira (gaúcha) e já ganhou quase 40 prêmios de reportagem!

Livro: Uma Duas

Autora: Eliane Brum

Editora: Leya

Páginas: 176

Que talento que a autora tem para escrever, minha gente!

O que posso dizer é que Uma Duas foi uma surpresa para mim. Li em janeiro e, com certeza, ele estará naquela listinha que faço no final do ano como uma das melhores leituras de 2016.

É um livro perturbador e tenso do início ao fim. Tive que parar de ler algumas vezes pra respirar após alguns “soquinhos no estômago”. Mas ao mesmo tempo, a vontade de continuar lendo só aumentava.

Um livro que leva o leitor a imaginar o psicológico das personagens e entender o motivo delas serem como são.

Não sei se serei repetitiva com minhas palavras. É que o livro é tão denso que às vezes parece que as palavras começam a faltar…

Vamos para a história…

Uma Duas narra a história de mãe e filha, Maria Lúcia e Laura, respectivamente.

A relação das duas sempre foi conturbada, a ponto de se amarem e odiarem ao mesmo tempo. É um “amar odiando” e “odiar amando“.

Laura é uma jornalista de sucesso e tem uma rotina bem cheia, um dos fatores que faz com que ela não visite a mãe, agora, de idade um pouco avançada.

Até que um dia ela recebe um telefonema de uma mulher que estava na porta do apartamento da mãe dela. Ninguém via Maria Lúcia há algum tempo e lá dentro era silencioso demais.

Mas como Laura poderia ajudar se não via a mãe há tanto tempo? A relação delas era bem difícil e as visitas sempre acabavam em discussão. Mesmo assim, Laura foi até lá e tentou ajudar.

Lá, deparou-se com o apartamento em mau estado, a mãe largada, com uma ferida enorme no pé (que havia sido feita pelo gato de estimação). E a mãe estava lá, caída, pois passara mal.

Foi levada para o hospital e descobriram que a mãe tinha câncer e que precisava de tratamento urgentemente. Os médicos ficaram sabendo das condições precárias da paciente e começaram a “interrogar” Laura, o que a deixou bem desconfortável.

A partir daí, conhecemos a história das duas, que também é contada pelas duas. Conhecemos as duas versões dos fatos da vida delas.

O pai havia abandonado a mãe quando Laura ainda era pequena. E a mãe culpava a menina por isso.

Aos poucos vamos entendendo os motivos que levaram ao “ódio” que uma tinha pela outra.

Tudo começou na infância da mãe, que tinha um pai bem severo (militar). Essa parte conhecemos pela própria narrativa da mãe. A vida dos dois foi bem conturbada. Quando Maria perdeu o pai, sua vida mudaria ainda mais! E os detalhes chocam bastante o leitor.

O comportamento de mãe e filha chamavam a atenção na escola de Laura também. E, gente, imagino o psicológico dessas suas personagens! Passaram por tantas coisas…

No decorrer da narrativa, quando estão no hospital mãe e filha, ali, aguardando os momentos finais de Maria, o leitor percebe o quão chocante e perturbadora a história é. É emoção a todo momento, a cada parágrafo.

Precisei de algumas horas pra digerir a história (que é bem forte, como disse no começo). O final das duas é surpreendente; a HISTÓRIA é surpreendente. 

Gostei muito da maneira como a autora escreveu a narrativa. É o tipo de história que prende o leitor do início ao fim (e eu adoro histórias assim). Conheço pouco de Psicologia (o que conheço é o que vejo na área da Educação mesmo) e foi possível tentar analisar as duas personagens e suas personalidades.

Recomendo a leitura! Se você gosta de histórias assim, é uma boa dica! Mas cuidado! Ela não é nada “leve”; é bem pesada!

Por:

Kelly Cominoti