[RESENHA] A outra volta do parafuso, de Henry James

Olá, aventureiros!

Hoje vamos conversar sobre o livro A Outra volta do parafuso, de Henry James. Um clássico da literatura do horror!

Recentemente, assisti ao filme Os Órfãos no cinema e descobri que havia sido inspirado no livro A Outra Volta do Parafuso, do escritor do século XIX, Henry James. O filme me deixou com a cabeça tão bugada, que tive que recorrer à leitura do livro para saber se era realmente aquilo que assisti.

Confesso que depois do filme, essa sensação de “o que aconteceu aqui?” não foi muito legal (vou explicar no decorrer da resenha), mas hoje, depois da leitura do livro, entendo os motivos que me deixaram com essa sensação.

Vamos falar sobre o livro…

Logo no início, me lembrei de um seriado da década de 90, quando amigos se reuniam para contar histórias de terror (O Clube do Terror). Um grupo de amigos começa a contar histórias de terror, numa véspera de Natal, até que um deles, Douglas, promete contar a história mais assustadora que eles poderiam ouvir. E o pior: ela teria realmente acontecido e ele tinha provas. O autor nos revela como ele havia conseguido.

Será que eu teria apenas adormecido em cima de um livro de fábulas e sonhado tudo isso? Não; era uma casa grande, feia, à moda antiga, mas conveniente, que incorporava algumas partes de uma construção ainda mais antiga, meio substituída e meio reutilizada, onde eu sentia quase como se estivéssemos tão perdidas quanto os passageiros de um grande barco à deriva.

Uma jovem governanta chega para trabalhar em uma mansão (daquelas bem de filme de terror mesmo, estilo gótico, vitoriano). Ela estava encarregada de cuidar de duas crianças: Flora e Miles. Uma mulher trabalhava para eles. Era a Mrs. Grose, que, no decorrer na narrativa, vemos a construção da amizade dela com a nova governanta.

A história é contada em 1ª pessoa, pela jovem governanta. As coisas começam a ficar estranhas quando ela começa a ver dois fantasmas. As descrições dela na história são assustadoras! Descobrimos que os fantasmas são antigos funcionários da mansão, muito ligados às crianças.

Dessa vez… era uma outra pessoa; mas uma figura igualmente horrível e má: uma mulher de preto, pálida e medonha… com um jeito e um rosto que… ah!

A governanta investiga a relação dos fantasmas com as crianças. Outro acontecimento interessante é quando Miles é expulso da escola. O leitor fica sem saber o motivo e é a jovem que procura investigar isso também.

As crianças gostavam de encenar muitas coisas para a governanta. Em certo momento, fiquei pensando se tudo aquilo não era armação delas.

Outro fato interessante é que Henry James propõe isso ao leitor: inúmeras interpretações. Quando a gente pensa que descobriu algo, ganhamos um balde de água fria.

Eu gostei muito do desenvolvimento da narrativa e do jogo do autor de tentar nos pregar peças, colocando inúmeras questões em jogo, fazendo o leitor ficar em dúvida sobre o que estava realmente acontecendo na história. Será verdade? Será que a governanta sofre de algum distúrbio? Será que as crianças alimentaram esse medo nela? Essas foram algumas perguntas que fiz quando li A outra volta do parafuso.

Vamos a única questão que não gostei no filme e que me fez ler o livro pra ver se era parecido (e era): o final não é fechado, não é amarrado. E eu não gosto muito disso… gosto de histórias que tenham começo, meio e fim bem certinhos.

Mas confesso que, mesmo que tenha ficado frustrada com esse final, eu gostei muito do livro! O desenvolvimento, a construção dos personagens, a ambientação (mansões mal assombradas)… tudo isso me prendeu na história.

E você? Já leu esse livro? O que achou? Conta pra mim aqui nos comentários 🙂

POR
Kelly Cominoti